
O que é Terapêutica Tântrica Não-dual?

Se a junção desses três nomes: Tantra, não-dual e terapêutica lhe espantam, mas, despertam a sua curiosidade, bem-vindo! Você está no lugar certo! Vamos explicar o que apresentamos como Terapêutica Tântrica Não-dual o mais direto e claramente possível.
Comecemos pelo Tantra. Tantra é uma filosofia comportamental que surgiu na Índia, por volta do século IV, também pode ser visto como um movimento espiritual de contra-cultura. A palavra Tantra designava as escrituras que traziam um sistema de práticas espirituais e uma visão de mundo correlata cujo propósito original é a libertação, ou moksha, que pode ser descrita como a liberdade definitiva de tudo aquilo que causa sofrimento. Dividindo a palavra em suas raízes verbais “tan” = expansão e “tra” = método, o Tantra é literalmente um método para a expansão. A particularidade do Tantra é que ele foi desenvolvido para pessoas que estavam engajadas nas atividades mundanas, diferentemente de todas as outras filosofias e caminhos espirituais de até então que pregavam que a realização espiritual exigia a vida monástica ou ascética.
Aqui está o aspecto contra-cultural do Tantra na época em que surgiu e o que lhe faz tão contemporâneo e aplicável à nossa realidade. Em sua visão de mundo, o Tantra rejeita a ideia de separação entre corpo e espírito e questiona mesmo as noções de bem e mal. Temas que eram dogmas e tabus na sociedade, tais como o sexo, regras morais, o sistema de castas, o sexismo e os preceitos religiosos foram colocados em cheque (algumas tradições de forma bem radical e subversiva outras, mais conformistas, nem tanto). Tudo isso se baseava na visão fundamental da não-dualidade, a visão de que tudo o que existe é manifestação de um Todo, de uma mesma Verdade, Consciência, Presença, enfim, a separação só existe aos olhos da ilusão e a noção de bem e mal é algo bem relativo.
A perspectiva não-dual da realidade não é particular do Tantra, na verdade, ela pode ser encontrada na base de muitas tradições espirituais tais como o Zen, Dzogchen, Sufismo, Cristianismo místico e Advaita Vedanta, por exemplo. Ela nos aponta para o reconhecimento direto daquilo que podemos dizer que é a única realidade e verdade última que podemos afirmar atraves da nossa própria experiência uma vez que desmistificamos todas as ideias errôneas e pre-concebidas que temos sobre quem somos nós, o que é esse mundo e o que estamos fazendo aqui.
Existem muitos professores que estão apontando para esse reconhecimento não-dual para além de qualquer tradição espiritual. O que têm causado uma verdadeira revolução silenciosa, pois, está permitindo que muitas pessoas despertem para a realidade que são além de todos os condicionamentos, independente do quanto elas sabem sobre ou o quanto se dedicaram a um assim chamado “caminho espiritual”. Pois a não-dualidade está além de crenças e padrões culturais. Aquilo que pode ser reconhecido como Verdade aqui e agora sempre o foi e sempre o será independe dos costumes, rituais e crenças de qualquer tradição.
Bem, já se pode ver que Tantra é coisa muito antiga, a visão não-dual, então, nem se fala, já a ideia de terapia é algo bem novo. Então, o que nós visamos com essa proposta de Terapêutica Tântrica Não-dual é favorecer o reconhecimento direto da não-dualidade, através da desidentificação com tudo aquilo que afirma o senso de limitação e separação, apropriando-nos do corpo dentro de um processo terapêutico de sensibilização e conscientização daquilo que expande a nossa energia vital.
Nós preferimos o nome “terapêutica tântrica” ao invés de “terapia tântrica” porque na ideia de terapia, quase sempre, o foco está na noção de que há algum problema que temos que resolver. E, a nossa proposta é focarmos, primeiramente, no reconhecimento de que toda a noção de problema é criada pela nossa mente. Nos abrirmos para esse reconhecimento não é algo fácil, pois, isso demanda o abandono do próprio ego baseado no senso de separação e limitação. Então, há de se ter a disposição de se questionar: quem sou eu sem a noção de que eu sou um indivíduo limitado e separado? O que sobra quando eu deixo de lado a ideia de que há algo de errado comigo? É a partir dessa investigação que se inicia o processo de libertação de todas as formas de sofrimento. Porém, na maior parte do casos - e isso é o que nós e muitos outros professores espirituais afirmam - o reconhecimento de que, em essência, não há nenhum problema, não anula definitivamente o senso de separação e limitação, tão pouco anula todos os padrões de comportamento tão intrínsecos ao nosso senso limitado de identidade. Daí, muitas vezes é necessário um processo terapêutico que possa nos auxiliar na realização (trazer para a realidade) desse reconhecimento não-dual.
Acho que por aqui já deu para entender que a nossa proposta é muito mais do que sexo, certo? E ousamos dizer, é muito melhor do que sexo!
Quando nos desidentificamos com tudo aquilo que nos aprisiona na ilusão da separação e da limitação, podemos experimentar não só um sexo, mas uma vida muito mais plena. Quando despertamos para a nossa verdadeira identidade e começamos a acessar o campo de infinitos potenciais que somos, aí sim começamos verdadeiramente a viver uma vida e deixamos de lutar para sobreviver nesse mundo que comumente é visto como um lugar de perigos e perdições. Entendemos que o único inimigo verdadeiro que temos está em nós mesmos, é a nossa mente com todas as crenças e padrões de comportamento limitantes aos quais condicionamos a nossa identidade.
E aí, você está pronto para descobrir que tudo aquilo que você mais anseia e busca: a paz, a felicidade plena, o amor verdadeiro, etc, estão aqui e agora em você mesmo, pois é o próprio impulso que lhe faz existir? Está disposto a se aventurar e descobrir que o seu corpo é um reservatório de infinitos potenciais e prazeres? Sente pulsar em seu coração o desejo de ir além dos padrões de comportamento que lhe aprisionam na noção de limitação e separação? Então, venha conosco, essa é a nossa proposta e convite.